Mate-me Por Favor |
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quinta-feira, agosto 29, 2002
quarta-feira, agosto 28, 2002
A dupla americana Damon & Naomi apresenta-se no Brasil pela primeira vez nos dias 27 e 28 de agosto, no Sesc Vila Mariana. Uma terceira data em Londrina ou Curitiba ainda está para ser confirmada. Quem traz o show é a produtora Motor Music, que também organizou o festival Eletronika, em Belo Horizonte. Damon Krukowski e Naomi Yang integravam o Galaxie 500, trio de rock, junto ao vocalista Dean Wareham, que após o término da banda, formou o Luna, que se apresentou no Brasil em 2001. O fim do grupo foi um pouco traumático a ponto de Damon e Naomi quase desistirem da música como profissão. Parte da tristeza e do rancor pode ser sentida nas músicas bonitas e melancólicas da dupla. Eles trazem para os shows no Brasil o guitarrista japonês Michio Kurihara, do grupo Ghost, que vem trabalhando com o duo por algum tempo. A dupla tem seis álbuns lançados e todos estão disponíveis no Brasil, pela gravadora Trama. "Pierre Etoile EP" (1991), "More Sad Hits" (1992), "The Wondrous World of Damon & Naomi" (1995), "Playback Singers" (1998), "Damon & Naomi With Ghost" (2000) e o CD e DVD "Song to the Siren" (2002). Fonte: Erika Palomino segunda-feira, agosto 26, 2002
Peixes é o décimo segundo ciclo, o que encerra a roda zodiacal, no último mês do outono no norte, antes do retorno da primavera. Simboliza o estágio final da vida, a chegada à velhice. É quando toda a experiência de vida se acumula. Dinheiro, fama, prazer, nada disso vale mais a pena. Ao fim da vida, o homem se dedica mais aos outros do que a si mesmo, pois sua conhecimento só ganha sentido quando voltado para a comunidade. Os piscianos gostam bastante de engajar-se em alguma atividade de assistência às pessoas. É também o signo mais perto do início, caracterizado por Áries. Assim, encontramos um aparente milagre na personalidade do pisciano. Eles comportam-se em diversas situações como crianças curiosas, meigas e ingênuas, apesar de também refletirem o comportamento de uma idade muito mais avançada. Sensibilidade, empatia, sacrifício e imaginação são suas maiores características. Suas emoções são claramente perceptíveis, embora eles sejam predominantemente tímidos. O pisciano é como uma esponja que absorve todas as influências ao redor. Alegram-se pela alegria dos outros, e ficam deprimidos se algo de ruim acontece com alguém que conheçam. Pode-se dizer que sejam eles mesmos seus únicos adversários. Sua vida consiste, grande parte, em acertar as coisas com a própria alma. São muito impressionáveis e inseguros. Sua indecisão é aflitiva. Sentem muita dificuldade em planejar qualquer coisa, preferindo reagir conforme a maré. sentem um impulso irresistível a darem mais de si do que recebem, quando estão em algum relacionamento. Sacrificar-se-ão espontaneamente em prol dos outros, mesmo quando conscientizam-se de que essa atitude os faz sofrer. O elemento deste signo é a água, aqui em seu estado mais primordial, de ambiente no qual as energias e elementos se combinam para criar a vida. É a imagem do inconsciente, o oceano criativo do qual emergiu há eras imemoriais a consciência humana. O pisciano mantém um elo forte com esta força matriz. Possui, em geral, uma poderosa intuição e é capaz de perceber o que está por trás das coisas. Podem ser místicos, mas não necessariamente religiosos. Sua mística é bastante animística. Sonhadores por excelência, o nativo deste signo é capaz de entregar-se aos devaneios mesmo à luz do dia. Gostam de imaginar bastante, tanto que terão sucesso em algum projeto (antes até de haverem-no iniciado) quanto que fracassarão. E a mera imaginação é capaz de impressioná-los a ponto de mudarem seu humor para melhor ou pior. Retraem-se facilmente, escapando para seu mundo de fantasias. Suas tendências escapistas podem levá-los a entregar-se a todo tipo de ilusões, do álcool às drogas e à autocomiseração. Devem tomar cuidado pois tendem a não oferecer muita resistência às circunstâncias, e podem ser repetidas vezes ludibriados por pessoas sem escrúpulos. Na mitologia, é representado por um par de peixes que nadam em direção contrária, um no sentido do inconsciente, e o outro no sentido do consciente. Peixes é a confluência destas tendências contrárias. Quando conscientizam-se de seu valor, podem tornar-se focos de luz e abnegação que modificam as pessoas pela força do exemplo. eu nunca fui de acreditar em horóscopo. pra falar a verdade, não acredito em nada que não tenha comprovação científica. só que ontem meu cepticismo balançou diante do horóscopo que saiu no jornal a tribuna. sexta-feira, agosto 23, 2002
"Deixe que o homem domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os seres vivos que se movem na terra" (Gênese 1, 28) ![]() quinta-feira, agosto 22, 2002
Esse post, sobre Cidade dos Sonhos é um ctrl+c ctrl+v de um site de cinema. Há um motivo muito claro para a falta de 'lógica' existente em determinados momentos deste novo trabalho de David Lynch: a maior parte da história vista ao longo da projeção se trata, na verdade, de um sonho. (É espantoso como a distribuidora brasileira pôde traduzir o título desta forma. É o mesmo que traduzir The Sixth Sense como O Garoto e o Fantasma.) No entanto, a coisa não pára por aí, já que Lynch não se contenta em surpreender o público ao revelar que, até então, testemunháramos apenas os sonhos de Betty: quando a moça acorda, a narrativa assume um caráter episódico, incluindo delírios da protagonista e outras cenas 'reais' situadas fora da ordem cronológica (algumas destas cenas acontecem antes mesmo que Betty durma e tenha seu longo sonho). E o que é mais interessante: na realidade, ela não se chama Betty, mas sim Diane – e a mesma troca de nomes (e rostos) se aplica a vários outros personagens (algo que já é simbolizado na primeira tomada do filme, quando vemos várias pessoas dançando ao som do jitterbug e percebemos que há várias 'cópias' de cada um dos dançarinos). Mas estou me adiantando. Antes de mais nada, creio que seria mais prudente analisar o que é real em Cidade dos Sonhos: quem são, de fato, aqueles personagens? E de que maneira eles se relacionam? A maior parte destas informações é fornecida por Lynch em duas cenas: durante a festa na casa de Adam Kesher (o diretor) e ao longo da conversa que Diane tem com o assassino que contrata para matar Camille. Então vamos lá: Depois de receber uma herança deixada por sua tia Ruth, Diane viaja para Los Angeles para tentar alavancar sua carreira de atriz. Certo dia, ela faz um teste para participar do filme A História de Sylvia North, mas é rejeitada pelo diretor da produção, Bob Rooker, que acaba escolhendo a bela Camilla Rhodes para o papel-título. Porém, Diane e Camilla acabam se tornando amigas e, eventualmente, amantes - sendo que esta última, agora uma atriz de sucesso, freqüentemente arruma pequenas pontas para a namorada em seus filmes. Infelizmente, nem tudo corre bem para as duas: durante as filmagens de seu novo projeto, Camilla se envolve com Adam Kesher, o diretor responsável pela empreitada (apesar de ser casado, ele logo se divorcia da esposa, alegando que ela o traíra com o rapaz responsável por limpar a piscina, deixando-a sem direito a nada). Enciumada, Diane passa a brigar com Camilla - até que, certa noite, é convidada para uma festa na mansão de Kesher, sem saber que será obrigada a testemunhar o anúncio do casamento de sua namorada e o cineasta. Sentindo-se humilhada, Diane decide contratar um assassino profissional para executar Camilla, pagando 50 mil dólares pelo serviço. Depois de receber o dinheiro e pegar uma foto de sua vítima, o sujeito diz que Diane encontrará uma chave azul em seu apartamento quando tudo estiver terminado – e, de fato, logo a garota recebe o aviso de que sua ex-namorada está morta. No entanto, corroída pelo remorso, ela tem longos sonhos envolvendo Camilla e, mesmo quando acordada, não consegue parar de pensar no que fez. Torturada pelas lembranças e pela crueldade de seus atos, Diane finalmente comete suicídio. Pois bem: toda esta complexa trama é revelada apenas nos vinte minutos finais de Cidade dos Sonhos, e pouco tem a ver com o que vinha acontecendo até então, quando acompanhávamos apenas o sonho de Diane sobre as investigações de Betty (Diane) e Rita (Camilla), que já descrevi na primeira parte deste artigo. Mas quais são, para início de conversa, os indícios de que a história envolvendo Betty e Rita não passa mesmo de um sonho? A primeira 'pista' pode ser encontrada logo no início da projeção, quando vemos a câmera mergulhar em um imenso travesseiro (algo que é auto-explicativo: em câmera subjetiva, estamos vendo Diane/Betty ir se deitar). Observe, também, como todas as fontes de luz vistas nesta primeira parte do filme apresentam um caráter difuso, conferindo um formato peculiar (um 'X') aos faróis e postes que aparecem na tela. Além disso, certos diálogos presentes no roteiro são uma clara alusão ao caráter imaginário daquele universo, sendo que os exemplos mais óbvios são: O apresentador do Clube Silêncio afirma que ali 'tudo é uma ilusão'. Quando resolve ligar para a polícia para sondar sobre o acidente ocorrido em Mulholland Drive (uma estrada), Betty diz: 'Faremos como nos filmes: a gente finge ser outra pessoa'. Esta referência aos 'filmes' será abordada mais adiante, pois também é importante para a compreensão da história. Quando telefona para Diane Selwyn, Betty diz: 'É estranho ligar para si mesma'. No momento em que Louise Bonner (a vizinha vidente) toca a campainha, a garota diz: 'Meu nome é Betty', ao que a outra responde: 'Não, não é'. Portanto, a partir do momento em que percebemos que estamos assistindo ao sonho de Diane/Betty, alguns elementos se tornam mais compreensíveis, como o fato de Betty ser 'perfeita' demais: ela é inocente, simpática, pura, belíssima, talentosa, independente, corajosa e causa forte impressão em todos que a conhecem (como podemos perceber na cena em que ela faz um teste de interpretação e também no momento em que ela chega a Los Angeles e se despede de um casal de velhinhos que conheceu no avião. Aliás, este casal também desempenha função importante na interpretação dos sonhos da moça, como explicarei mais tarde). Não é à toa que, em seus sonhos, Diane se imagina como a perfeita 'heroína' de Hollywood: influenciada por uma cultura puramente cinematográfica (não se esqueçam de que ela realmente é aspirante a atriz, embora fracassada), a moça estrutura seu sonho de forma parecida ao roteiro de um filme noir, colocando-se no papel da 'mocinha' e utilizando vários elementos clássicos do gênero: a misteriosa mulher em apuros (Rita); a corrupção que domina a cidade; a visão cínica do mundo; os policiais com longas capas de chuva; e assim por diante. Betty é, na verdade, tudo aquilo que Diane gostaria de ser - e em seus sonhos, a pobre garota credita seu fracasso (no mundo real) a alguma misteriosa conspiração arquitetada por figuras sinistras. Mas não pára por aí: abandonada por Camilla, Diane transforma a ex-namorada em Rita, uma mulher vulnerável, frágil e sem memória, e que depende de seus cuidados para sobreviver (mesmo assim, em certo momento Betty declara seu amor a Rita, que não responde, provando que até mesmo em seus sonhos ela se vê descartada pela outra). Como se não bastasse, Diane aproveita o 'poder' de comandar seu próprio universo e 'vinga-se' de Adam, humilhando-o de todas as maneiras possíveis em seu sonho: ele realmente é traído pela esposa (e ainda apanha do tal limpador de piscinas); é demitido; perde todo o dinheiro; é ridicularizado por todos e ainda se vê obrigado a aceitar as exigências da 'máfia'. (Aliás, acredito que Adam Kesher também atua como um desabafo/protesto de David Lynch contra os grandes estúdios, que freqüentemente massacram os impulsos artísticos dos cineastas enquanto procuram alcançar maiores lucros. Não pode ser coincidência o fato de que até mesmo o visual de Kesher nos faça lembrar de Lynch). Porém, o mais fascinante de Cidade dos Sonhos é perceber como Diane insere os elementos de sua vida real na 'narrativa' que cria em seu longo sonho/pesadelo: observe, por exemplo, que Rita carrega, em sua bolsa, uma fortuna em dinheiro e uma chave azul – justamente os símbolos de sua morte (o dinheiro pago ao assassino e a chave – menos estilizada, claro – que este utiliza para avisar que o serviço foi feito). Além disso, o início do sonho de Diane mostra a tentativa feita para se matar Rita, que escapa graças a um acidente (ou melhor: é a forma que Diane – deus ex machina - encontrou para salvá-la). E mais: os dois detetives que investigam a morte de Camilla (e que são mencionados brevemente pela vizinha de Diane) aparecem no sonho como os policiais que inspecionam o local do acidente, ou seja: continuam a investigar, de uma forma ou de outra, o que aconteceu a Camilla/Rita. Outros personagens que cruzam a fronteira entre o real e o imaginário são: O assassino profissional: no sonho, ele aparece matando várias pessoas depois de recuperar uma misteriosa agenda preta (na verdade, a mesma agenda que estava à sua frente na cena em que ele conversa com Diane na lanchonete, quando é contratado para eliminar Camilla). O 'cowboy': apesar de aparecer no sonho como um ameaçador emissário dos mafiosos irmãos Castigliani, o 'cowboy' é apenas um convidado que Diane vê de relance durante a festa na casa de Adam Kesher (sua aparência peculiar certamente chamou a atenção da moça). O mafioso que cospe o capuccino: este é interessantíssimo. No sonho, um dos irmãos Castigliani é extremamente exigente com relação ao capuccino que lhe é oferecido pelos executivos do estúdio, chegando a cuspi-lo em um guardanapo depois de desaprovar seu gosto. Pois este mesmo sujeito (que é interpretado por Angelo Badalamenti, compositor do filme) é visto por Diane na festa de Kesher no momento em que a moça está tomando uma xícara de café (daí a relação inconsciente entre aquele rosto e a bebida). Coco, a síndica do condomínio: esta é simples. Coco é, no mundo real, a mãe de Adam Kesher. Camilla Rhodes: no sonho, Camilla é a causa dos problemas de Adam Kesher (afinal, é em função da verdadeira Camilla que Diane humilha o cineasta em sua imaginação). Pois, na verdade, a moça que se chama Camilla nos sonhos é a garota que beija a verdadeira Camilla na festa promovida por Kesher (como você pode observar, a festa é a seqüência-chave do filme). Betty: este é o nome da garçonete que trabalha na lanchonete na qual Diane se encontra com o assassino (no sonho, a garçonete se chama Diane e Diane assume o nome de Betty). Diane Selwyn: no sonho, Diane é companheira de quarto de Rita (algo que reflete o envolvimento entre Diane e Camilla no mundo real) e aparece morta, sem que jamais descubramos o porquê – embora isso possa ser interpretado como o desejo que Diane tem de morrer, agora que perdeu a amante. O sujeito que tem medo do mendigo: é simplesmente um rapaz que Diane viu na lanchonete enquanto esta conversava com o assassino. Bob Rooker: o diretor que realiza o teste com Betty é o mesmo cineasta que, anos antes, havia rejeitado Diane em favor de Camilla, durante a produção de A História de Sylvia North. No sonho, como não poderia deixar de ser, ele fica encantado com o talento de Betty/Diane. O casal de velhinhos: isto é mais complicado. Particularmente, tenho a forte convicção de que eles são, na realidade, os pais de Diane. É por isso que a garota sonha que os dois estão felizes e orgulhosos de suas realizações e também é por esta razão que, posteriormente, ela se imagina sendo perseguida por eles (eles representariam a perda de seus valores morais, já que ela acaba de se tornar uma assassina). Esclarecidas as origens dos principais personagens, resta-nos desvendar a explicação para outros símbolos criados por David Lynch, sendo que o mais importante seria, obviamente, a misteriosa caixa azul. Agora procure se lembrar do que acontece quando Rita abre a tal caixa: a câmera mergulha no objeto, como se fosse sugada por ele. Como estamos vendo tudo pelo ponto de vista da moça, podemos presumir que ela é sugada pela caixa, desaparecendo em seguida. E o que foi utilizado para destrancar a caixa? A chave azul! Portanto, não seria ilógico concluir que a caixa azul é uma representação da morte de Rita. (E explicaria, também, porque tia Ruth aparece logo depois que a caixa é aberta, já que ela também está morta.) Porém, esta não é a única explicação possível: o movimento da câmera em direção ao interior da caixa também é um reflexo do que aconteceu no início do filme, quando a câmera se aproximou do travesseiro. Assim, podemos supor que a caixa azul simboliza o retorno de Diane à consciência (o que explicaria, em parte, o estranho delírio envolvendo o casal de velhinhos saindo da caixa: são os valores morais da garota vindo à tona). Já o Clube Silêncio é um pouco mais complexo de se analisar: à primeira vista, ele funciona como mais uma pista de que tudo ali não passa de ilusão ('Não há banda; é tudo gravado', diz o apresentador). No entanto, Lynch é conhecido por jamais fornecer respostas simples para seus problemas e, assim, é bastante plausível que o lugar tenha um significado oculto. Mas qual? Em primeiro lugar, é sintomático observar que este é o instante em que vemos Rebekah Del Rio cantar a belíssima Llorando, cuja letra gira em torno do sofrimento de uma pessoa que perdeu seu grande amor (algo que, no sonho de Diane, serve como um momento de maior comunhão entre Betty/Diane e Rita/Camilla, que se abraçam e choram, comovidas). E mais: observe que o vestido que a cantora usa tem uma estampa parecidíssima com a roupa que tia Ruth deixa de presente para Betty. Então... seria Rebekah mais uma representação onírica da própria Diane? (Lembre-se de que a cantora 'morre' no final da canção.) Mas não paramos por aí: é válido observar que o apresentador do Clube Silêncio tem um aspecto assustadoramente diabólico, com seu cavanhaque e sobrancelhas arqueadas – e seu monólogo faz Betty tremer incontrolavelmente. Por que? Creio que, pelo menos desta vez, a resposta é simples: o apresentador é, de fato, uma representação do castigo que será imposto a Diane por seus atos cruéis. Quer mais uma evidência disso? Quando ele encerra seu discurso, o palco é tomado por uma intensa fumaça, e o sujeito desaparece. Pois esta fumaça é idêntica àquela que toma conta do quarto de Diane depois que esta se mata, indicando que a garota pode realmente ter ido para 'o inferno' que tanto temia. Para encerrar, faço uma última consideração: para tornar tudo ainda mais complexo, David Lynch prega duas peças adicionais no espectador. A primeira: ele inclui sonhos dentro dos sonhos de Diane. Repare, por exemplo, que alguns dos momentos mais ilógicos da primeira parte do filme acontecem quando Rita está adormecida (são eles: o incidente envolvendo o misterioso sujeito na cadeira de rodas; e o encontro entre o mendigo e o rapaz da lanchonete). Assim, é possível que estes 'picos de insanidade' sejam, de fato, os pequenos sonhos de Rita ao longo do sonho maior de Diane. A segunda: tenho a forte convicção de que, na segunda metade do filme, nem tudo o que testemunhamos aconteceu realmente da forma vista na tela. As risadas de Adam e Camilla durante o anúncio do noivado soam falsas demais – e o mesmo se aplica ao beijo que Camilla dá em uma outra garota durante a festa. Assim, creio ser possível que estejamos vendo não os fatos em si, mas as lembranças que Diane tem destes fatos. É por isso que, em sua mente, ela visualiza as risadas e o intenso beijo: ela se sente humilhada pelo que testemunhou e, assim, aumenta tudo em sua mente ao rememorar o que aconteceu. Como podem ver, Cidade dos Sonhos realmente despertou minha imaginação. Não é à toa que, até agora, já gastei quase 4 mil palavras para falar sobre o filme (algo que normalmente faço em menos de 900 palavras). E o mais irônico é que, ao contrário do que você pode estar pensando, não tenho a menor ilusão de ter decifrado o enigma proposto por David Lynch. Quando assisti a Cidade dos Sonhos pela primeira vez, saí do cinema com a certeza de que desvendara o mistério e, assim, resolvi conferi-lo mais uma vez apenas para 'preencher as lacunas'. Resultado: realmente encontrei respostas para muitas de minhas perguntas, mas, em contrapartida, acabei me deparando com outra dezena de indagações: Quem é, exatamente, a vizinha de Diane? A princípio, pensei que ela pudesse ser a própria Camilla (cuja aparência teria sido 'melhorada' no sonho), mas depois percebi meu erro: quando a vizinha aparece, Camilla já está morta (a chave azul está sobre a mesa) e, além disso, ela cita os dois detetives que investigam o assassinato. É possível que a tal vizinha tenha se envolvido com Diane depois que esta terminou com Camilla? (Neste caso, como o cinzeiro em forma de piano poderia estar presente na cena em que Diane e Camilla transam no sofá?) Ou será que ela é apenas alguém que trocou de apartamento com a garota (talvez Diane não tenha conseguido permanecer em seu velho apartamento, em função das lembranças provocadas pela morte de sua ex-namorada). Mas (e as perguntas não param) por que, durante o sonho, Rita/Camilla e a vizinha se olham de forma tão embaraçada (Rita chega a desviar o olhar)? E mais: durante a segunda vez em que assisti ao filme, percebi que as cores azul e vermelha são empregadas de forma intensa ao longo da história (observe, por exemplo, as cadeiras ao lado da piscina de Adam Kesher e também as roupas de Betty e Rita – além, é claro, da caixa azul, do livro ao lado da pia de Betty e dos cabelos da mulher sentada no balcão do Clube Silêncio). E por falar nesta mulher... quem é ela, exatamente? As perguntas são muitas, e complexas. No entanto, ao contrário do que afirmam algumas pessoas, tenho a mais absoluta convicção de que as respostas também estão no filme. (E se você leu este texto até aqui, imagino que compartilhe desta opinião.) Ih, esqueci de avisar que o texto revela todos os detalhes mais importantes de Cidade dos Sonhos e deve ser lido, de preferência, somente por quem já assistiu ao filme. quarta-feira, agosto 21, 2002
Mate-me por favor está de luto. Vado, um dos patrocinadores deste blog, morreu ontem em tiroteio com a polícia. terça-feira, agosto 20, 2002
Por que me arrasto aos seus pés Por que me dou tanto assim E por que não peço em troca Nada de volta pra mim? segunda-feira, agosto 19, 2002
sexta-feira, agosto 16, 2002
O pai dela ficou puto quando descobriu que ela havia roubado seu bem mais precioso. Eu aposto que aquela canalha gostava mais do carro que da filha. Lembro - me agora da última vez que estive com miss sarejo. nós dois na estrada, a bordo do macht 5 que ela roubara do pai. ![]() quarta-feira, agosto 14, 2002
tomara que o próximo período seja mais calmo, para que eu possa elaborar um tcc decente. porra, eu passei quatro anos empurrando a facul com a barriga. só uma, apenas uma disciplina me fez varar a noite estudando. o resto foi no maior ritmo de festa. ah, não estou com saco de ficar blogando não. eu nunca fiz esta bosta de diário. tomar no cu. preciso de uma nova musa. desde que a bateria de elektra descarregou e miss sarajevo pisou numa mina anti-pessoal, nenhuma mulher mexeu com meus hormônios. caramba, preciso de um all star novo. nunca imaginei que meus últimos meses de gradução seriam assim, tão corridos. segunda-feira, agosto 12, 2002
Tarde de domingo no maracanã, incensado por nuvens de pó-de-arroz. Bandeiras verdes, brancas e grenás dançam, comemorando os cinco rebentos da equipe tricolor. ![]() quarta-feira, agosto 07, 2002
trilha sonora de hoje: Butch Helemano: Falling For You The Beach Boys: Surfin' Safari Roberto Carlos: As Curvas Da Estrada De Santos sexta-feira, agosto 02, 2002
As cinco melhores profissões do mundo: 1) Fotógrafo da Playboy (ou outra revista similar) 2) Diretor de filme pornô 3) Ator pornô 4) Crítico musical 5) Testador de brinquedos Mas existem outras profissões que devem ser bem divertidas: Jogador de futebol (pena que existe o risco de jogar no Alegrense) Adestrador de cachorro Dono de agência de modelos Piloto de provas Cafetão Monitor de laboratório de informática em Universidades (hehehe) Astronauta Os sonhos murcham que nem maracujá velho. Ganhei mais uma musa. Acho que é necessidade. Musas... Para ser musa, a gata tem estar ausente. Puta ressaca, putaquepariu. Dedico-me à boêmia, aos vapores do vinho, à exaltação do niilismo, do desregramento. Sinto cheiro de mortadela e cajurana. Cajurana, o pior drink do mundo. Feito com uma dose de vodca vagabunda, misturada a uma dose de suco de caju concentrado e duas doses de água. Não leva açúcar. Só uma cajurana para me fazer esquecer a Wânia. Wânia: Loira, magra, 1,70 de altura. Cabelos lisos, na altura dos ombros. Olhos pretos. Wânia está comprometida e diz que é fiel. Eu poderia esquece-la, mas minha vida ficaria menos poética (piegasssssssssssssssssss). Eu acredito que a arte salva. Artistas não salvam, preferem ser salvos. SALVA AÊ Paulo César na seleção, dá-lhes flusão!!!!!!!!!!!. Estou com uma rádio na usina do som. O nome dela é plantão de polícia. No dial, Brujeria e Roberto Carlos. Estou devendo um post sobre o último disco do Los Hermanos, mas há tempos eu não consigo me concentrar para escrever algo decente. A única coisa que posso fazer, neste curto período de liberdade (estou sozinho na minha sala!!!), é dizer que o disco é muito bom. Aqui estou eu. Queimando minha retina em frente a um computador lento. Nele estão fixados alguns bilhetes: entregar folder até sexta; ligar para Giovanni; mandar releases. Trabalho, só trabalho. Quero dinheiro. Chega um momento em que as coisas não dependem mais de você. Não dependem da sua vontade para acontecer. |